Olá, eu sou o Nalon! Tenho 51 anos e sou engenheiro de profissão. Eu me tornei fã do que hoje se chama cultura pop (na minha época era chamada “coisa de nerd”) lá pelo meio da década de 80, quando li uma HQ que mudou minha cabeça. Instantaneamente, comecei a me interessar por todo o tipo de coisa relacionada: desde obras de fantasia até ficção científica, passando por quadrinhos de heróis e cenários de jogos de videogame.
É claro que não demorou muito para o RPG entrar no meu radar. Comecei a jogar RPG com a segunda edição do famigerado Advanced Dungeons & Dragons. Meu primeiro personagem foi um guerreiro, mas só joguei com ele uma única sessão. Meu primeiro personagem duradouro foi um elfo clérigo. Incomum, eu sei, mas eu queria jogar com um elfo, e o Mestre precisava de um clérigo no grupo. Foi divertido!
Eu gosto bastante de brincar com o design de games. Já projetei desde jogos de tabuleiros até card games colecionáveis, passando por alguns sistemas de play-by-email (um tipo de jogo que fazia sentido no século passado). Infelizmente, todos esses jogos ficaram pelo caminho por uma razão bem simples: há até não muito tempo atrás, era muito difícil e caro produzir o material para os testes, e mais ainda organizar e fazer os playtests. Felizmente, hoje em dia, é possível encontrar pessoas e grupos interessados em grupos online, e isso se tornou bem mais fácil.
Também já criei muitos sistemas de RPG, a maior parte deles pequenos improvisos para jogar uma ou duas sessões. Um dos meus improvisos mais bacanas foi uma adaptação do AD&D, que fiz ainda na década de 90, antes da terceira edição do jogo ser lançada. Para quem não conheceu, era um sistema bastante caótico, em que cada tipo de teste era feito de uma forma diferente. Inventei uma maneira de uniformizar as coisas, e o resultado ficou bem parecido com o que, alguns anos mais tarde, virou a terceira edição do jogo. Eu fiquei bem feliz de ver que minhas ideias faziam sentido, mas um pouco triste também por não ter encontrado um jeito de aproveitá-las melhor.
Participei do concurso promovido pela RetroPunk em 2019 com um cenário chamado “Uviananth: As Ilhas Flutuantes”. É um cenário de alta fantasia em que não existe chão firme: as pessoas vivem em imensos rochedos, do tamanho de grandes ilhas, que flutuam no ar devido à alta concentração de magia. Ele chegou na final, mas infelizmente não foi escolhido.
Tenho uma biblioteca avantajada de livros de RPG, e tenho feito força para testar todos eles. Junto com o Mateus Herpich, tradutor da RetroPunk e dono do canal Ideias Arcanas, fazemos o TestDrive RPG: todo mês escolhemos um sistema que nunca jogamos antes, lemos o livro básico e jogamos uma one-shot. Depois, fazemos um video com uma resenha da nossa experiência. Já testamos vários sistemas assim, e os vídeos podem ser encontrados no canal Ideias Arcanas no YouTube.
Recentemente, resolvi transformar minhas experiências amadoras com a criação de jogos em algo mais definitivo. Desenvolvo um sistema modular, customizável, livre e gratuito chamado Scop, que pode ser encontrado de forma gratuita. Ele é desenvolvido sob uma licença Creative Commons, e você pode usá-lo sem restrições para jogar, criar e publicar seu próprio cenário, fazer financiamentos coletivos (e com sorte, quem sabe, até ganhar um pouco de grana). No site, você pode encontrar desde regras resumidas até regras avançadas, desde aventuras prontas até cenários completos (o Uviananth está lá). Vai lá conhecer o Scop!!